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Mostrando postagens de outubro, 2012

O rei,o príncipe e o menino

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O repórter insistiu em última e desconcertante pergunta: - "Estará agora resolvido, Silvino, o problema da extinção do banditismo?"   De pronto, sábia resposta- em tom profético- veio aos lábios do velho espingardeiro: " Isto não acaba assim. O rifle não concerta nada. Morreu Lampião. Outros Lampiões aparecerão! E o mundo por aqui continuará girando, até que a Justiça bata às portas do sertão! É de Justiça que o sertão precisa"   Entrevista concedida ao Jornal "A Noite" por Antônio Silvino. Em 1938. Assim começo meu texto de hoje. Antônio Silvino é considerado o primeiro “Rei do Cangaço”,para ele, Lampião era o príncipe, não só pelo motivo de ser seu sucessor, mas pelo fato de suas armas serem mais modernas. Manoel Bapstista de Morais, passou 23 anos,2 meses e 18 dias nas dependências imundas da Casa de Detenção no Recife. Lá dentro, viu de perto a Revolução de 30, a ascensão e a derrocada do então “Governador dos Sertões”  Virgulino Ferreira da

Navio negreiro moderno

O navio negreiro do século XXI possui novos integrantes que são descendentes daqueles que foram oprimidos primeiramente. A cor da pele deles não é puramente negra, de alguns sim, mas a maioria é uma mistura dos oprimidos inicialmente com um povo que também foi escravizado, discriminado, que por serem a mistura entre negros e índios não  souberam pra que lado pender e ainda vivem na dúvida quanto a sua classificação etnológica, são os chamados pardos, mestiços, pejorativamente mulatos, o que significa filhos de mula. Dentro desse navio o comandante chama-se motorista e ele muitas vezes é mal educado, grosso e coloca a vida dessas pessoas em risco. Ainda existe o cobrador, alguém que os novos tripulantes devem pagar para usar o navio. Ou seja, além de todas as coerções impostas eles ainda têm que pagar pra serem empurrados, pisados e muitas vezes mau-tratados. Próximo a embarcação passam outros barcos menores, muitas vezes com apenas uma pessoa dentro. Eles olham para o navio neg