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Pode entrar. A porta está entreaberta mas vai em frente.  Foi um pouco difícil reabri-la, tive um pouquinho de dificuldade, sabe como é, muito tempo fechada. Mas apesar disso, não se assuste. Por dentro está tudo limpo, arrumado e perfumado. Sabe os medos? Eles estão num quartinho lá nos fundos, mas por favor, nem passa pelo corredor. Melhor evitar. Pode vir, traz junto a esperança do amanhecer e as cores do fim de tarde. Fica até de noite, aliás, pode ficar o tempo que quiser, não tenha pressa de ir embora. Entra e me cala com o sussurro dos momentos ternos. Mas só quero te pedir uma coisa: pega leva na bagunça,  demorei um tempinho pra arrumar o estrago de antes. 

Memórias de uma flor

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Memórias de uma flor Certa vez uma semente germinou Cresceu meio tímida Mas com o tempo se espalhou O que antes era apenas um grão Foi alimentada pela luz da paixão E cresceu tomando grande proporção A flor não tinha mais pr’onde crescer Mesmo assim continuou a se engrandecer, Porém esqueceram de regá-la todo dia Suas pétalas tiraram a fantasia E o que antes era alegria Virou uma enorme nostalgia A flor foi ficando só Sua expressão era pesada, cheia de dó Não via mais graça na folia dos passarinhos Só queria aquele carinho Faltava o moço que a regava E de amor a encharcava O moço não mais apareceu - Será que me esqueceu? E a angustia só cresceu Fazendo a flor dizer adeus...

Minha história

Rio de Janeiro, 15 de junho de 1992 Nasce no Hospital Casa de Portugal, às 08:20 da manhã de uma Segunda-feira, Victoria Conceição Gomes Leão de Albuquerque. Geminiana, gênio difícil e ao mesmo tempo dócil, personalidade forte, temperamento que só a mãe aguenta, filha de nordestinos. Estaria tudo certo até este último item. Quem mandou  nascer em mais uma segunda-feira, provavelmente de temperatura amena pelos ventos de junho, no Rio de Janeiro? O São João no Nordeste já estava começando, o milho já estava colhido, as roupas das quadrilhas estavam prontas e os passos cansativamente repetidos já estavam nas ponta dos pés, o pé de serra já estava ensaiado, a sanfona, o triângulo e a zabumba estavam ávidos para brilharem em conjunto e individualmente, os meninos já estavam  soltando fogos, as meninas já haviam engomado o vestido para a grande noite.  O que sinto pelo Rio de Janeiro é estranho, dói e ao mesmo tempo é vergonhoso (para mim mesma). É estranho não ter apego pelo seu local

Incompleto

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O vazio que se faz aqui agora Já não tem mais hora pra acabar O tempo só demora E nada da solidão passar Bem que eu queria não pensar muito Apenas deixar acontecer Mas confesso que o significado de felicidade Tem base na saudade

Entre sonhos

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Existe uma linha muito tênue entre o sonho e a realidade. Existe um abismo entre a realidade e o sonho. Nessa dicotomia inicio um texto que sonha em falar da realidade, mas que certamente só conseguirá falar de sonhos, um tanto quanto irrealizáveis. O limite que torna o sonho próximo à realidade, é quando ele só depende de nós, do nosso esforço e força de vontade. Entretanto, o que os separa, os tornam distantes são as forças alheias à nossa vontade, ou seja, as pedras e pontes no caminho para realizá-lo. A realidade pode tentar acabar com os sonhos, mas, jamais acabará com uma mente sonhadora.