O Velho Chico a margem das contradições
É de encher os olhos e se contagiar com a alegria e a esperança dos sertanejos que agora podem chamar o Velho Chico de seu. É de cortar o coração ver uma vazão tão baixa, permitindo que o mar avance cada vez mais salinizando as águas do Rio. Dói de ver a população que já é antiga conhecida do São Francisco sofrendo cada vez mais com a falta d’água para regar a plantação, com cada vez menos peixes para ter o que comer. Na minha cabeça existe uma linha tênue entre ser a favor e contra a transposição. É preciso, como sempre, empatia para entender os lados. Primeiro veio o transporte fluvial – o Vaporzinho – muito usado na movimentação entre o Nordeste e o Sudeste do país, utilizava a lenha como combustível, o que ocasionou grande desmatamento da mata ciliar. Depois veio Delmiro Gouveia com as hidrelétricas de Paulo Afonso e mais tarde a CHESF com mais obras do tipo (hoje um total de 8 hidrelétricas), mudando curso do rio, inundando cidades, modificando vidas. A agricultura de