Ao fazer um balanço de tudo que passou cheguei a conclusão de que tem sido legal ser Victoria. Sei que meu nome é um tanto sugestivo, mas deixo o recado de que nem só de vitórias minha vida se faz. Já perdi coisas pra caramba, de oportunidades à pessoas legais, mas talvez se não fossem as dores eu jamais conheceria a delícia de ser eu. A cada vez que achei que não fosse dar mais conta de correr atrás do que desejava, pude provar a mim mesma que eu era bem mais forte do que imaginava.
Dizem por ai que a gente é o que ninguém vê, e quando eu tô só viro artista internacional, cantora, dançarina, poetisa, faxineira, cozinheira, conselheira de mim mesma. Meu lado que ninguém vê também – e não faço questão que ninguém veja, ao menos que faça por onde- me assusta algumas vezes, irritadiça com as próprias inquietudes, ansiosa, dramática, duvidosa da própria capacidade, desleixada com a vaidade, procrastinadora para certos assuntos e por ai vai.
Gonzaguinha escreveu algo que me toca muito e que carrego comigo “Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas”. Eu sou isso! Um pedaço do Rio de Janeiro (por incrível que pareça eu nasci lá!), um outro tanto de Aliança e mais um pedação da Bahia, da capital ao sertão. Por todos os lugares que passei aprendi, vivi, ri, chorei, cresci com essas tantas pessoas que me fizeram ser quem sou hoje. Ainda citando Gonzaguinha: “A todos os lugares onde já cheguei/Pois lá deixei um prato de comida/Um abraço amigo, um canto prá dormir e sonhar”. Feliz sou eu em saber que tenho esses abrigos na hora que eu quiser chegar!
Obrigada à todos que me fazem ser quem eu sou. Eu nasci Victoria, mas vocês me transformaram em Victoria Leão do sertão, do maracatu, de Aliança, de Canudos, do mato, da caatinga, do forró, do cordel... Gratidão!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Virtute Spiritus ( Força de vontade)

Holocromos

Porra nenhuma!